As cinco falhas de segurança nos serviços do Estado, além da fuga de reclusos

As cinco falhas de segurança nos serviços do Estado, além da fuga de reclusos


Tem havido uma série de falhas de segurança nos serviços do Estado nas últimas semanas, de furtos de computadores a acidentes de helicópteros, que estão a ser investigadas. À fuga de cinco reclusos da prisão de Vale dos Judeus, este sábado, junta-se o assalto à secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, os acidentes de dois helicópteros de emergência médica e combate aos incêndios, um hospital que envia um doente de ambulância para uma urgência fechada a mais de 100 km ou um “acesso indevido a dados pessoais” na página dos Certificados de Aforro.

Queda de helicóptero do INEM

​Na segunda-feira, um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) caiu numa pedreira, em Mondim de Basto, durante uma operação de socorro a uma vítima que tinha sofrido um acidente de trabalho. A aeronave, que transportava um piloto, um co-piloto, um médico e um enfermeiro, perdeu referências visuais ao ficar rodeada de pó durante a aterragem, num local perto da pedreira, acabando por bater em árvores.

Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), os pilotos já sabiam que podiam ficar sem visibilidade devido ao pó, e, por isso, definiram um plano para abortar a aterragem, mas como ficaram sem “contacto visual”, tiveram de fazer uma “aterragem falhada”.

O helicóptero de emergência médica ficou destruído, mas não houve baixas e os feridos tiveram alta no próprio dia, depois de observação hospitalar. Vai ser reposto um aparelho na base de Macedo de Cavaleiros na segunda-feira.

Acidente de helicóptero no Douro

A 30 de Agosto, um outro helicóptero despenhou-se no Douro, em Lamego, causando a morte de cinco militares da Guarda Nacional Republicana (GNR). O acidente ocorreu quando a equipa de seis tripulantes estava a regressar à base, vinda de uma operação de combate a um incêndio, devido a uma ave de médio porte que se encontrava na trajectória da aeronave.

O piloto, único sobrevivente, foi obrigado desviar-se, acabando por colidir com a superfície da água a uma velocidade de 185 km/h “por motivos a determinar”, segundo o GPIAAF. Na sequência do acidente, que destruiu o helicóptero, o Governo decretou um dia de luto nacional em homenagem às vítimas. O Ministério Público já abriu um inquérito à queda.

Computadores roubados do MAI

Já a 28 de Agosto, o edifício da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI), em Lisboa, foi assaltado, tendo sido roubados oito computadores. Segundo o ministério, apenas dois destes computadores estavam a uso e não há “qualquer risco de acesso” a “informação e ou documentos, confidenciais ou não”, visto que “eram meros terminais de acesso a informação sediada em servidor”.

Embora tenha havido “uma falha na gravação de imagens”, as câmaras de videovigilância “estavam a funcionar normalmente e as imagens eram visíveis no respectivo posto de controlo”, garante também o MAI. Ao que o PÚBLICO apurou, a PSP tem imagens do suspeito a sair do local e a andar por várias ruas de Lisboa com dois sacos de supermercado e uma mochila às costas.

O assaltante deverá ter entrado através de um prédio contíguo que, por estar em obras, tinha andaimes colocados. Foi aplicada prisão preventiva a um homem, já com um historial de outros crimes de furto, após ter sido detido por suspeitas da prática de três crimes de furto qualificado.

“Acesso indevido a dados pessoais”

Dias antes, a 24 de Agosto, o site oficial de subscrições e gestão da carteira dos Certificados de Aforro e Tesouro do Estado, “AforroNet”, foi suspenso pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP de forma temporária para melhorar as “condições de segurança”. Em resposta ao Expressoesta agência explicou que “foi identificado um caso de acesso indevido a dados pessoais constantes no AforroNet que foi reportado à Comissão Nacional de Protecção de Dados e que está a ser investigado”. Mas garante que se trata de um caso único e que o incidente “não resultou de um ataque informático”. Após duas semanas, a plataforma já está disponível.

Bombeiros com porta fechada

Outros casos de incidentes nos serviços do Estado têm a ver com o que se está a passar na Saúde. Há vários serviços de urgências encerrados e as autoridades que têm de estar a par da situação não estão a dar indicações certas aos bombeiros, que transportam os utentes. Foi o que se passou com uma grávida de Santiago do Cacémque teve de percorrer mais de 250 quilómetros e ir a três hospitais diferentes para ser atendida. Primeiro dirigiu-se ao Hospital de Santiago do Cacém, que a encaminhou, de ambulância dos bombeiros, para o Hospital de Setúbal. Quando lá chegou, a urgência afinal estava fechada e teve de seguir para o Hospital de Beja. A administração do Hospital de Santiago do Cacém admite que houve um erro e diz que abriu um processo de averiguações para apurar responsabilidades.



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